Quem sou eu

Sou tudo aquilo que um dia quis ser. E como ja dizia o mestre do pagode, meu amigo Zeca, "...deixa a vida me levar...". E assim eu vou vivendo, ao sopro do vento, parando ali, aqui, sem nunca deixar a peteca cair. E esse sou eu, escravo da vida. E mesmo que aos trancos e barrancos, faço tudo que ela me mandar.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Em busca do nada e ao encontro do tudo


Outro dia me peguei pensando no nada e cheguei a conclusão que é impossível pensar em nada, já que “pensando em nada” você está pensado em não pensar em nada! Confuso não? Nesse meu momento de reflexão, eu me encontrava na esquina de qualquer lugar com lugar nenhum, lá onde Judas perdeu o primeiro dedo (bem depois de ter perdido as botas). O lindo lugar era provido de diversas coisas para entreter seus muitos visitantes, coisas como...É... Isso ai, muitas coisas. Eu me lembro muito bem, como se fosse amanha, do dia em que cheguei lá, melhor dizendo, da noite. Como disse, era noite quando adentrei o lugarejo, logo vi que a cidade (se é que se pode chamar de cidade) era contemplada por apenas duas ruas denominadas bem-vindo e volte sempre.
Voltando ao nada, estava eu pensando sobre esse assunto e filosofias me vieram a cabeça. O nada e suas diversas formas me despertaram uma curiosidade imensa. O que é o nada? Será o ponto de vista de um cego? Ou quem sabe musica para um surdo? O nada é realmente intrigante. Acho que nunca vamos descobri de onde surgiu o universo, se pararmos para pensar, o mundo veio do nada, certo? E o nada? Veio de onde? Não existe uma explicação plausível para essa questão. Se nem sabemos o que é o nada, como vamos saber de onde ele veio? Impossível!
O problema é que esta sociedade consumista e capitalista sempre procurou ocultar esses tipos de questionamento. O que seria de Eisten se ele não soubesse explicar de onde veio o nada? Sendo assim, os intelectuais buscaram abafar os curiosos, como eu, para que seus alicerces não se partissem e eles fossem vistos com uns quaisquer.
Entretanto, quebrando todas as regras da sociedade, eu um mero escritor, fui em busca de respostas e depois de muito estudo cheguei à conclusão que:
- Não adianta perdermos tempo tentando encontrar o nada. Temos que ir atrás do tudo, desejar, sonhar com tudo o que quisermos e por esforço próprio, conseguir. Isso sim faz a diferença.

Tortura de segunda




O tempo se arrasta o mais lentamente possível, um minuto parecia dez e dez minutos parecia uma eternidade. Uma aula, que tem duração de 50min era uma verdadeira tortura, em cinco até o mais concentrado dos cérebros entra em estado de estupor. Acho que os professores e o Senhor do Tempo estão mancomunados em um complô para fazer com que nós alunos, passemos a vida inteira em suas respectivas salas de aula.
Era segunda-feira, e como sempre eu estava atrasado. Antes de seguir para sala analisei meu horário. Duas aulas de historia seguidas me tiraram toda a felicidade que levei dois dias para reunir em meu coração. Somente as 09h00min me libertaram daquela prisão, na qual fofocas e mais fofocas eram usadas como forma de tortura. Feliz com o toque do sinal, levantei-me, porém mal cheguei à porta e outro professor já a abriu e mandando-me de volta ao meu lugar. Já estava ficando estressado, mais 5 minutos e eu me suicidava. Sem coragem para tal ato, aturei mais esta aula. Mais uma vez tocou o sinal, enfim um descanso, breve, mas um descanso.
Eu sabia que 15minutinhos não seriam capazes de me fazer esquecer 150min de puro massacre para minha mente, mas, um relaxamento é sempre bem vindo. Conversa vai, conversa vem, e em o que me pareceram segundos, o sinal, neste caso da morte, tocou novamente.Mais cem minutos de aulas conjuntas de matemática e o dia escolar chegou ao fim. Não me sento feliz por isso, pois só de imaginar que ainda me restam mais quatro dias de tortura entro em total depressão.

A descida para o além


Além da cerca.
As leis foram feitas para serem quebradas, e quebrando a lei da gravidade, nós jovens e meros aspiras, descemos aquela depressão, que posso afirmar ser pior do que a grande depressão de 29 da bolsa de Nova Iorque.
Em busca do nosso estilo nos embrenhamos por entre aquela mata densa, revelações, que caso fossem ouvidas por nossas superiores seriam comprometedoras, foram feitas à caminho e antes mesmo de partimos, o aspirante Viana, desistiu e retornou para o quartel. No meio da aventura percebi que era melhor ter acompanhado o Viana e sobrevivido a seguir os outros corajosos. Bom, sobrevivemos, com pequenas escoriações, mas sobrevivemos.
Enquanto pulávamos, curiosos se aproximavam e intrigados perguntaram:
- Será que são macacos? Eles estão fugindo! Vamos chamar o coronel.
A duvida em questão era aceitável, pois estávamos todos sem camisas, suados e sujos, porém, o que nos fez tremer foi a ultima oração “... Vamos chamar o coronel.”, no exercito a hierarquia impera, um aspirante, cuja patente é muito menor do que a de um coronel, nunca discordaria de um superior ou desobedeceria a suas ordens. O problema é que fizemos as duas coisas. Pulamos a cerca contra as regras e negaríamos isso até a morte se fosse preciso. No final das contas escapamos do grande chefão, recolhemos o nosso estilo e rimos de tudo o que aconteceu retornando ao quartel.