Quem sou eu

Sou tudo aquilo que um dia quis ser. E como ja dizia o mestre do pagode, meu amigo Zeca, "...deixa a vida me levar...". E assim eu vou vivendo, ao sopro do vento, parando ali, aqui, sem nunca deixar a peteca cair. E esse sou eu, escravo da vida. E mesmo que aos trancos e barrancos, faço tudo que ela me mandar.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Jarras de Amor


Certa vez alguém me disse que a vida era como uma taça de vinho. Pequena e frágil. Aproveitando-se dessa metáfora, digo que o amor é como uma jarra de vinho. Custa caro para aqueles que não sabem o usufruir. Como uma boa jarra de vinho tinto, não se encontra em qualquer lugar e, tem que ser degustado com muita calma e gosto.
As mais caras jarras de cristal são férreas, duradouras. Difíceis de estragar são os vinhos os quais nelas são guardados. Exatamente como o amor, quanto mais forte for, mais difícil de estragar, macular. Tem que ser guardado com ternura, muito zelo e carinho num lugar onde só você e seu amor possam alcançar (recomendo o coração!). E caso não cuide, não zele, ele pode vir a avinagrar... Torna-se azedo, viscoso.
Sempre pense que nem todo o cálice merece seu vinho. Ele é precioso. Não é em todo copo de requeijão que você colocara o seu amor! O recipiente deve ser límpido. No entanto, não depende só do recipiente. A bebida deve ser pura.
Nas adegas da vida busquei pelo meu amor, de rolha em rolha fui abrindo todos os vinhos, tintos e brancos. Nada. Depois de peregrinar nessa busca incansável, me restou apenas uma garrafa... Sem vinho. Porem, com amor.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Despedidas e desencontros


Mais um ano passa como uma bala na minha vida. Uma bala perdida... Por quê? O ano não foi bom? Ah não, muito pelo contrario. Um ano excelente! No entanto, ao seu pôr, muitos dos que faziam parte da minha vida se vão. Uns pra longe, outros nem tanto e outros pra muito longe, das minhas mãos, dos meus olhos, de onde possa alcançá-los.
Triste eu fico ao pensar que posso nunca mais voltar a vê-los. Sei que a partida, a despedia, faz parte da vida, entretanto, não tem como não sentir falta. Não consigo não pensar em “por que está me deixando?”.
Porem, não posso ser tão egocêntrico e só pensar no meu bem estar. O que sei do que se sucede na vida dos que vão? O que sei sobre o que eles vão passar longe de todos? Nada. – pelo menos eu ainda terei os combatentes que restaram ao meu lado. E eles? Estarão sozinhos em um novo mundo.
Só que nada do que eu diga ou pense vai amenizar a minha dor. Mesmo que tente imaginar o lado dos que vão, não é possível diminuir o meu pesar. Jogo todo o “pensar no próximo” pra cima quando lembro dos momentos, das risadas, das brigas, de tudo! Tenho vontade de agarrá-los e não deixa-los fugir, nunca!
No entanto não sou o super-homem. Muito menos sou onipotente. Mesmo que nesse momento o que eu mais deseje é ser onipresente.
Já que não sou nada disso, vou guardá-los na minha mente e no meu coração para sempre. Espero que vivam bem onde for. Comigo, ou sem minha presença física.

Tudo que é bom dura pouco, tudo que é proibido, não é


O proibido é algo muito difícil de resistir. Todos nós queremos aquilo que não podemos ter. O tolhido*¹ e suas diversas formas, informes, atraem a maioria das pessoas, curiosas ou não.
Mafioso é o que é esse sentimento que nos leva a extremos. Palavras e promessas foram feitas para serem quebradas. Não tem jeito. Nunca leve a serio uma pessoa que promete não fazer algo. Sempre que tiver oportunidade ela vai quebrar essa promessa. O que antes foi proibido, agora é gostoso de ser feito. Nada resisti ao tempo... Só a pedra que apanha tanto do violento e escuro mar*². Isso é algo profundo para se entender, tão profundo e tão obscuro quanto o mar que tanto bate na pedra.
Sei que é duro acreditar que não se pode confiar no ser humano. Mas peço, por favor, que não saiam por ai desconfiando de tudo e de todos. Só pare para pensar antes de se abrir para as pessoas que você não conhece verdadeiramente... Que somente dizem ser suas amigas... Somente... Mente, talvez, ela mente.
Faça isso com cuidado, afinal de contas, é proibido conversar com estranhos.


*¹ Proibido
*² Mayanna Rebello

sábado, 8 de dezembro de 2007

O Tic e Tac


O ponteiro da vida gira sem parar. Cada segundo transmuta nossa jornada futura de forma que a cada milésimo de tempo que se passa inerte, um milésimo de vida é exorcizado da nossa alma sem pena, pelo infesto Senhor Kronos.
Infortúnio é não perceber que de fato, não existe nada a nos guiar por esse tortuoso caminho que é a vida. É só, e a pé, que construímos nossa historia, sem regente ou maestro. Pois esses que se julgam tão superiores a ponto de coordenar outros iguais, esquecem-se de que o tempo passa da mesma forma, ou talvez mais brutalmente para eles, já que o impiedoso Senhor das Horas não perdoa a aqueles que omitem o próprio viver em busca do viver do próximo.
Zombar foi o que fizeram os antigos povos. Pra quê lutar para conquistar se quando o “tic e tac” cessar tudo vai acabar? É difícil agradar a gregos e troianos, no entanto é bem mais difícil agradar a vida, agradar ao tempo... Agradar-se. O tempo é o tendão de Aquiles do ser humano, a ovelha negra dos astros, no entanto, o mais sábio dos sábios. Tão sábio que sabe exatamente como e quando parar. E o que é melhor, sabe que não precisa guiar por isso nos deixa livre para cometermos todas as atrocidades que tanto cometemos. Isso não importa para ele... Apenas se abstém... Erros ou acertos... Abstém-se.
Com o tempo não tem intermitência. São vinte e quatro horas por segundo ao quadrado agindo sem parar. “Tic e Tac”, “tum-tum” ou outro qualquer som do qual o tempo se apodera para demonstrar que ele existe é o que nos mostra a verdadeira face da vida, eles que nos mostram ela passar.
Não espere que esses sons cessem... Corra atrás de tudo que for capaz de correr e se não for avezado o suficiente para acompanhar a pé... Vá de carro.